quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Escalas e tempos do habitar

Pesquisando sobre “o habitar”, acabei encontrando este texto que achei bem interessante e que retrata as diversas formas de habitar, tanto no coletivo, como semicoletivo e no habitar individual.
(Disponível no site: http://infohabitar.blogspot.com/2011/09/sobre-humanizacao-do-habitar-algumas, acessado em 01 de novembro de 2011.)
“A habitação que está também na rua e está também na praça, e as deve marcar subtilmente, e se não estiver é porque não se está a habitar a cidade e não se estando a habitar a cidade estão a criar-se problemas que, tal como uma doença não tratada, irá piorar e mesmo quando remediada, depois de se ter desenvolvido de forma crítica, deixa, frequentemente, sequelas graves.
O habitar tem de ser cumprido como um verdadeiro programa existencial e afinal até onde ele não deve ir como espaço cuidado e humanizado?
“O habitar não está limitado só ao habitat, ao universo doméstico... O conforto este termo franglês que designa... estar bem num sítio é um objetivo tão pertinente para o habitat como para a escola, a biblioteca, a oficina ou o ginásio... espera-se... que a cidade seja habitável… que o peão encontre mais do que um passeio obstruído para deambular..., que seja um espaço onde o ancião possa dispor de um banco para retomar o fôlego, a criança de um caminho protegido para ir para a escola ou a casa de outros jovens… esta habitabilidade pensada para corpos frágeis não estaria completa se a sua disposição não tivesse em conta a qualidade dos espaços atravessados, sequência de imagens percebidas ao ritmo do caminhar” (Daniel Pinson, 1996, p.96).(1) Tal como refere Joaquín Arnau (2000) (2) “a dialética da Cidade e da Casa é a do todo e das partes. A questão do que surgiu primeiro, na história da Arquitetura, é totalmente irrelevante. Seja como for, as casas fazem parte da cidade, que totaliza o seu sentido… Em qualquer casa, no entanto, há uma certa vocação de cidade. Não é concebível uma casa isolada. Fisicamente pode ser; economicamente, não… Se a casa não é peça de cidade e subsiste .. a casa é a cidade... Peça de cidade ou pequena cidade em si mesma, cidadela, a casa traz consigo a qualidade urbana. E a Arquitetura, através da casa, urbaniza a paisagem... A cidade, como diz Alberti, é uma casa grande.”
Falámos das escalas como níveis, como camadas sobrepostas, mas, naturalmente, a escala é também desenho específico e seja numa acepção literal seja numa mais lata é realmente um conceito fundamental no espaço arquitetônico.
É assim mesmo o habitar. É e tem de ser cumprido como um verdadeiro programa existencial, como se fossem três habitar (es) interactuantes e complementares:
. Público – nos espaços da cidade e destes aos espaços íntimos, mas abertos das vizinhanças
. Razoavelmente coletivo – nos espaços íntimos, mas abertos das vizinhanças e destes até à entrada das nossas casas
·. Privado, nos espaços da casa.
Lembrando o sempre essencial Norberg-Schulz pode-se dizer que para habitar em plenitude é necessário que se proporcione uma adequada capacidade de habitar como “programa existencial”, nestas três “dimensões” ou escalas e/ou tempos.”.
Por: Jocasta Mazocco Uliana

Nenhum comentário:

Postar um comentário