domingo, 27 de novembro de 2011

Banalização da questão das pessoas em situação de rua

A miséria que as pessoas em situação de rua representam, é incômodo para a sociedade em geral, como já discutido na postagem sobre “Pessoas Paisagem e Invisibilidade Pública”, porém está constantemente presente na realidade atual, principalmente das grandes cidades. Atualmente quando algo se torna comum, corriqueiro, acaba sendo banalizado, mesmo temas tão sérias como a questão social dos moradores de rua.
Essa situação de banalização pode ser exemplificada por uma cena do filme “À primeira vista“ em que um cego volta à enxergar e ao andar pelas ruas com a namorada, quando vê um morador de rua, pergunta a ela o que é, e ela responde que não é nada.
Essa banalização gera a indiferença discutida na postagem sobre “Pessoas Paisagem e Invisibilidade Pública”. É fato que a indiferença e a insensibilidade estão diretamente ligados, de maneira que, essa insensibilidade tem sido agente de crueldades que têm ocorrido contra moradores de rua, como relata a reportagem “Violência faz parte do cotidiano de moradores de rua”, do Jornal Diário do Grande ABC:

“Na madrugada do dia 11 de maio, cinco moradores de rua foram assassinados enquanto dormiam no bairro do Jaçanã, região norte de São Paulo.[..] O caso emblemático chama a atenção para a violência contra a população que vive nas ruas[..]. Apesar da chacina ser um fato isolado nas estatísticas, atos como agressões, maus-tratos e intimidações são rotina na vida dos moradores de rua da cidade.” 

Além da violência, esses moradores de rua, estigmatizados por grande parte da população, sofrem também com a rejeição. Inclusive, ao buscarem meios de sobrevivência, crianças e adultos vão para os semáforos, fazer malabarismos e acrobacias, vender balas, limpar pára-brisas de carros ou apenas pedir ajuda de qualquer tipo, porém muitas pessoas nos carros ficam aguardando apressadamente a abertura dos semáforos para se livrarem da situação, as vezes com receio de que sejam assaltados (modo de pensar que vem da estigmatização desses moradores de rua), ou até mesmo, com uma indiferença total, como se o fato não lhes dissesse respeito.


Diante disso, podemos perceber a intensa relação que se dá entre pobreza, exclusão, desigualdade e população em situação de rua.

(Por Camila Dayanne Lira)

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