domingo, 27 de novembro de 2011

HABITAR

Heidegger diz: “Parece que só se pode habitar o que se constrói. Este, o construir, tem aquele, o habitar, como meta. Mas nem todas as construções são habitações. Uma ponte, um hangar, um estádio, uma usina elétrica são construções e não habitações; A estação ferroviária a auto-estrada, a represa, o mercado são construções e não habitações. Essas várias construções estão, porém, no âmbito de nosso habitar, um âmbito que ultrapassa essas construções sem limitar-se a uma habitação. (…) Habitar seria, em todo caso, o fim que se impõe a todo construir. (…) Construir é propriamente habitar. ”
Podemos dizer que entendemos “habitar” como nossas casas, formadas por teto, parede, piso, mas ao analisarmos veremos que o “habitar” é muito mais complexo que simplesmente uma construção.
Uns exemplos são os ciganos, moradores de rua, que não possuem um lugar fixo como habitação, mas nos lugares em que escolhem para “habitar” acarreta semelhanças aos usuários, lembranças, sentimentos, que esses sim criam a habitação destes, como aqueles também que possuem teto parede, piso, cada um transmitem ao seu espaço suas identidades, suas marcas, digitais. Isso sim podemos dizer que é o “habitar”, é encontrar essa digital do usuário em um espaço.
E ao deixarmos essa digital no lugar, criamos varias habitações por onde passamos, com isso podemos afirmar que uma casa sem indivíduos morando, existe nela uma habitação, não presencial, mas na lembrança das pessoas que já usaram aquele espaço para depositar suas digitais, identidade.
Então, habitamos o construído, mas principalmente criamos habitações por onde passamos.
Jocasta Mazocco

Um comentário:

  1. Não esqueçam de colocar as referências: sites, textos, artigos, livros, mesmo as fotos,,,é importante.

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